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Podcast - A expressividade dos saxofones na história do Jazz. Seis saxofonistas: de John Coltrane à Joshua Redman.


Este programa de podcast, gravado em meados de 2009 no Portal MTV, aborda a família do saxofone com saxofonistas de vários estilos e épocas, partindo do jazz moderno e englobando o contemporâneo.  Aqui apresento seis saxofonistas -- três, pioneiros do jazz moderno; e três pioneiros do jazz contemporâneo -- em quatro tipos diferentes de saxofone -- sax alto, sax tenor, sax soprano e sax barítono --, fazendo um link entre passado e presente. Sabe-se que se o trompete -- instrumento de sonoridade intensa, aguda e poderosa -- teve uma trajetória determinante para o início do jazz e para o início da sua modernidade enquanto música-arte dotada de técnica, o saxofone, por sua vez, foi o instrumento mais expressivo e dinâmico deste gênero,  aquele que, inicialmente atrelado ao romantismo jazzístico, seria o responsável pelas principais mudanças estéticas do gênero a partir dos anos 50:  isto é, hoje em dia o saxofone já não é o principal instrumento do jazz -- talvez por causa   da banalização que o mesmo sofreu nas últimas décadas do século XX, através de músicos que aderiram às estéticas comerciais de sonoridade melosa e brega --, mas nas décadas de 40, 50 e 60 foram principalmente os saxofonistas -- Lester Young, Charlie Parker, Sonny Stitt, Sonny Rollins, John Coltrane, Ornette Coleman, dentre tantos outros -- quem embalaram as gigs e ditaram as mudanças que esta música sofreu eu seu apogeu já com áurea de principal arte musical americana da era moderna. Uma curiosidade é que o naipe do saxofone era o que mais tinha duelos entre os músicos, bem como diversidade de estilos e sonoridades: isto é, enquanto Charlie Parker, Sonny Rollins e John Coltrane levavam a galera dos jazz clubs à histeria com seus vôos pirotécnicos através de um bebop veloz e intrincado, românticos como Lester Young e Paul Desmond eram capazes de fazer a galera chorar, tamanha a expressividade melódica e a sonoridade "cool" e suave que conseguiam emitir.


Sonny Rollins, saxtenorista nascido em 1929 e ainda na ativa, é um dos mais poderosos saxofonistas da história do jazz. Sempre conhecido pelo seu som cheio, grave e encorpado, Sonny Rollins começou sua primeira fase áurea na carreira solo em 1956, logo após sair do lendário quinteto do baterista Max Roach. A faixa que inicia o podcast é o tema "St. Thomas", que está no disco clássico Saxophone Colossus e é uma das mais conhecidas composições de Sonny Rollins. A faixa mostra o gosto de Rollins por ritmos inusitados: aí ele mostra o ritmo caribenho do calypso, mesclando-o com o swing do estilo hard bop na marcação da bateria de Max Roach, tendo também o pianista Tommy Flanagan e o contrabaixista Doug Watkins. Sonny Rollins foi e é um dos saxofonistas de fôlego e sonoridade mais poderosa da história do jazz, com certeza!


John Coltrane (1929-1967), por sua vez, é o mais cultuado saxtenorista da história do jazz. Iniciou sua carreira no estilo do bebop no final da década de 40, mas ganhou maturidade na década de 50 colaborando com gênios como o trompetista Miles Davis e o pianista Thelonious Monk. Chamado pelos amigos apenas de "Trane", John Coltrane teve duas fases áureas: a primeira foi em fins dos anos 50 com os seus solos magistrais em discos de Miles Davis e Thelonious Monk (conferir nos discos Thelonious Monk with John Coltrane, Milestones e Kind of Blues, por exemplo), bem como seus primeiros lançamentos pelos selos Blue Note e Prestige (conferir os discos Dakar, Blue Train e Giant Steps, por exemplo); já a segunda fase começa a partir de 1960, quando ele embarca numa viagem mais experimental e mística, ingressando-se no estilo do free-jazz. A faixa que iremos ouvir é Giant Steps, do disco de mesmo nome que é um clássico considerado a transição de Trane do estilo hard bop suingante para o "jazz modal" (composição e improvisação baseada nas escalas musicais gregas chamadas "modos"). A partir dessa fase, seu fraseado fica mais livre e particular: reparem a improvisação contínua e ligeira do saxofonista, acompanhado pelo pianista Tommy Flanagan, pelo contrabaixista Paul Chambers e pelo baterista Art Taylor.


No segundo bloco ouve-se o sax alto de Paul Desmond, saxofonista membro do lendário quarteto do pianista Dave Bubreck. Paul Desmond é um saxofonista mais lírico, ou seja, mais melódico, ainda que às vezes ágil e habilidoso. A faixa que se ouve com Desmond neste bloco é a "Tokyo Traffic", do disco Jazz Impressions of Japan (1964), um disco resultado da viagem de Dave Brubeck com o seu quarteto para o Japão. A faixa, assim como o disco inteiro, tem alguns arranjos baseados nas sonoridades da música japonesa que dão um toque muito especial às composições de Brubeck. Paul Desmond, parceiro inseparável do pianista é a segunda maior marca aí presente: suas improvisações são lindas, melódicas e suaves. Juntos, Paul Desmond e Dave Brubeck fizeram com que esse quarteto fosse um dos combos mais famosos da história do jazz. (PS: combo é uma denominação dada para pequenas bandas do jazz, tais como duos, trios, quartetos, quintetos e etc).


A segunda faixa do segundo bloco é "Shut Your Mouth", do disco Momentum (2005) do saxtenorista Joshua Redman, um dos principais saxofonistas da atualidade. Joshua Redman, filho do falecido saxofonista Dewey Redman, foi um dos "young lions" surgidos no início da década de 90 ao lado de outras feras do sax  tenor como Chris Potter, Eric Alexander e James Carter. Essa primeira fase dos anos 90 foi marcada por uma faceta mais revivalista, ou seja, Joshua Redman, assim como todos os músicos da geração "Young Lions", estava antenado com o grande revival aos estilos do bebop e hard bop, ou seja, às influências de Charlie Parker e John Coltrane, respectivamente: inclusive essa onda revivalista imposto por esses músicos chamados "jovens leões" foi denominada por muitos jornalistas como Neo-bop. Já este disco chamado Momentum marca a segunda fase de Joshua Redman, onde ele mostra uma postura mais eclética com influências calcadas no funk, no uso de instrumentos eletrônicos como o órgão e em formações enxutas como o trio de sax, contrabaixo e bateria. Nesta faixa, "Shut Your Mouth", ouvimos a participação do organista Sam Yahel e do fantástico baterista Brian Blade.


O terceiro bloco inicia com a faixa "Good Morning" do disco Resistance (2005), do saxofonista inglês Courtney Pine. Apesar de ter iniciado sua carreira nos anos 80 antenado com o estilo Neo-bop da galera da geração "young lion", Coutney Pine passou a usar muitos outros elementos de fora do jazz como os ritmos do reggae, soul, pop e hip hop já a partir de meados da década de 90. Com essa postura mais eclética Coutney Pine passou a ser um nome muito conhecido nos rankings da Billboard, nas pistas de dança dos clubes ingleses que tocavam house e acid jazz, bem como passou a lançar discos com participações de diversos cantores da pop e soul music. Mas Courtney Pine sempre lançou discos de sonoridades muito originais, tocando vários dos instrumentos da família dos saxofones e usando diversos arranjos e ritmos de outros gêneros musicais sem desprezar a sua base na tradição jazzística. Nesta faixa, "Good Morning", ouvimos as improvisações de Pine ao som do seu sax soprano, instrumento que foi popularizado no jazz pelo saxsopranista Steve Lacy na década de 60.


Por fim, o programa termina com James Carter recriando o tema Caravan, um dos mais conhecidos standards do jazz. Nesta faixa, James Carter mostra o som poderoso e cheio de efeito que só ele consegue tirar do sax barítono. Aliás, não é a toa que James Carter é considerado o maior baritonista das últimas décadas pela revista Downbeat. Excelente improvisador, James Carter combina o seu ágil fraseado bop com uma sonoridade grave, ríspida, potente e cheia de ruídos e rangidos. James Carter também é muito admirado pelos especialistas em jazz pela forma talentosa como toca vários instrumentos: flauta, clarinete-baixo, sax tenor, sax soprano e sax barítono. Se tem um músico que sabe dar versões inéditas para standards manjados, fazendo-os soar com frescor e energia, este é James Carter! Boa Audição à todos!


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